sábado, 15 de fevereiro de 2014

PORTELA 2012

  
Escola do dia: PORTELA 2012
Categoria: Enredo de temática afro.

       Novamente, inicio minha explanação com esclarecimentos de que o enredo da Portela em 2012 não era necessariamente de temática afro. Contudo, ao falar da Bahia, não tem como não abordar a cultura, religiosidade e referências negras, motivo pelo qual resolvi inserir tal desfile nessa categoria.
       A escola trouxe para a Sapucaí o enredo de título "... E o povo na rua cantando... É feito uma reza, um ritual..." desenvolvido pelo carnavalesco Paulo Menezes, objetivando abordar, em especial, a religiosidade e cultura marcantes da Bahia, com destaque para as referências negras.
       Não tem como falar desse desfile sem falar do seu samba. No período de pré-carnaval, especialmente no momento da escolha dos sambas que as escolas iriam trazer para a Sapucaí, o frisson em torno do samba "Madureira sobe o Pelô" era grande. Eu evitei super estimar tal obra. Preferi aguardar o dia do desfile. Que era um samba excelente todos nós já sabíamos. Mas se era antológico, genial ou "fodástico", como muitos assim o definiam, já era outra coisa. Só o desfile poderia conceituá-lo. E eu me rendi. Em 2012, se teve um samba que me conquistou perfeitamente foi o da Portela. Fiquei rouco de tanto cantá-lo. Nossa... ao vivo, a cores, e na avenida, ele é ainda melhor do que no CD. Ali eu vi que estávamos diante de um dos melhores sambas dos últimos anos, aliás, décadas. Resultado disso? Além de um samba maravilhoso de cantar e ouvir, a escola apresentou uma comunidade inteira cantando e evoluindo quase que perfeitamente.
       E na parte plástica? Bom, eu divido a escola em duas. A primeira parte do desfile, digamos até a metade, eu gostei muito das alas e alegorias. Embora não fossem necessariamente uma obra-prima, eram de muito bom gosto. Eu particularmente gostei muito. No entanto, a segunda metade caiu muito e deixou a desejar (o que eram aqueles tripés?). De forma sintética, nada demais e nem de menos... apenas razoável e bom. Ahhh, e a Comissão de Frente? Ali vimos que o que um trambolho pode fazer para estragar uma comissão. Os movimentos, a dança, a coreografia eram muito interessantes. Só que o trambolho e a ideia de que a CF deve representar mil e uma coisas, tiraram um pouco do destaque do que tinha de melhor naquela comissão: os movimentos de seus componentes.
       Enfim, com uma plástica razoável e boa, e um chão e samba excelentes, eu achei o sexto lugar "pouco", ainda mais quando vimos Grande Rio e Beija-Flor fazerem apresentações de gosto pra lá de duvidoso (e até ruim) e sambas de medianos a fracos ficarem na frente. Coisas do carnaval...

"Madureira sobe o Pelô... tem capoeira
Na batida do tambor... samba ioiô
Rola o toque de Olodum... lá na Ribeira
A Bahia me chamou"

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