Escola do dia: TRADIÇÃO 2000
Categoria: Enredo de temática afro
O desfile da Tradição no ano 2000 foi uma aula dos quesitos de carnaval. Uma aula do que não se deve fazer. Foi um exemplo de como desperdiçar um enredo belíssimo e um trabalho plástico até razoável diante um desfile pra lá de bagunçado.
A escola trouxe o enredo "Liberdade! Sou negro, raça e tradição" ao contar a história e influência da cultura negra na construção do Brasil, enfocando os séculos XVI a XIX. No entanto, como dito anteriormente, o desfile conseguiu jogar pelo ralo esse belíssimo enredo.
De início uma comissão de frente sem graça e sem impacto nenhum, que optou por distribuir seus componentes numa área muito grande, perdendo o aspecto de unidade e coesão de sua coreografia. Tirando o lastimável carro abre-alas (aliás, o que era aquilo?), o conjunto alegórico da escola foi até razoável com algumas boas idéias, como carro do Valongo, do navio negreiro e da cultura negra. No entanto, os graves erros de acabamento (e repito, o horroroso abre-alas) comprometeram esse quesito. Fantasias sem vida e sem primor.
Contudo, o grande equívoco do desfile foi encontrado nos quesitos de chão. A escola estava excessivamente coreografada. Não me lembro de ter visto outro desfile com mais alas de passo marcado do que este da Tradição. As primeiras alas "livres" só foram aparecer lá pelo quarto setor do desfile. Além disso, podemos destacar os buracos abertos (vários, diga-se de passagem) e a correria (quase estoura o tempo máximo de apresentação). Quanto à evolução e harmonia, podemos afirmar: foi um desastre. Ninguém cantou, ninguém sambou, ninguém evoluiu. O samba? Razoável. Nem o melhor e nem o pior. E para não dizermos que tudo deu errado, devemos destacar a fantástica apresentação (e belíssima fantasia) do casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira.
Em 2000, a Tradição saiu no lucro com aquele 12o lugar, afinal, com um desfile tão irregular, merecia sim ter visitado o grupo de Acesso.
"Liberdade
Sou negro, raça e tradição
Vim de Angola da minha mãe África
Num navio negreiro clamando por Zambi"
Sou negro, raça e tradição
Vim de Angola da minha mãe África
Num navio negreiro clamando por Zambi"
Dizem que nas eliminatórias era:"Desperta Gigante. Chegou sua hora. Rá-tim-bum, Brasil"
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