sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

CAPRICHOSOS 1998


Escola do dia: CAPRICHOSOS DE PILARES 1998
Categoria: Enredo de temática afro

     Em 1998, a escola Caprichosos de Pilares, famosa por seus enredos irreverentes, trouxe para a Sapucaí o enredo "Negra origem, Negro Pelé, Negra Bené", narrando uma homenagem à cultura e povos negros, exemplificados nas figuras de Pelé, Benedita da Silva e Nelson Mandela.
     Trazer para avenida enredos de temática afro é garantia de sucesso? Não. Poderia ter sido um desfile magnífico (em partes, até foi, uma vez que a comunidade abraçou o enredo e o samba de uma forma a demonstrar que ela se viu representada no desfile), contudo, pra mim, o enredo foi o quesito mais falho do desfile. Por que disso? A única coisa que dava pra saber era que a escola estava falando da "raça negra" (expressão que caiu em desuso, mas que foi utilizada pela escola para definir sua temática). O que exatamente disso ela estava abordando? Não deu pra saber. O desfile não teve um fio condutor, uma lógica, uma coerência interna (ainda que de licença poética). Foram simplesmente jogadas várias alas e alegorias que teriam alguma conexão com o tema "negro" sem se interconectarem entre si. Sem falar que os dois principais homenageados na festa nem compareceram ao desfile. No caso da Benedita da Silva, a situação foi ainda pior, visto que a ela foi destinada tão somente uma escultura (mal-feita) de um último carro. Ou seja, ela era quase um detalhe de um desfile que pretendia algo mais.
      Aliados a isso, podemos acrescentar as alegorias fracas (não consigo compreender como tem carnavalescos que não aprenderam ainda que o Abre-Alas é o carro principal, o mais exposto, o 'cartão de visitas' das escola) e fantasias de gosto duvidoso. 
         Nos quesitos de chão tivemos o contraste de erros graves de evolução e uma escola aguerrida cantando o samba que, apesar de não ser uma obra-prima, me agrada bastante e fluiu muito bem na Sapucaí, fazendo de sua comunidade o ponto alto do desfile. 
       Apesar das irregularidades do desfile, a posição final não foi das piores, uma vez que, pra mim, Porto da Pedra e Tradição fizeram apresentações piores. Confesso que, apesar de tudo isso, sinto muita falta da escola no Grupo Especial. Sempre tive uma simpatia enorme pela Caprichosos e estou torcendo muito pela sua reerguida.

"Quem tem magia no pé
É Pelé
Quem vem na força da fé
É Mandela
A voz que veio de lá
Da favela
É da guerreira Bené
Salve ela"

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

UNIDOS DA TIJUCA 2003

Escola do dia: UNIDOS DA TIJUCA 2003
Categoria: Enredo de temática afro

       Em 2003, a Unidos da Tijuca trouxe para a Sapucaí o enredo "Agudás: os que levaram a África no coração e trouxeram para o coração da África, o Brasil!" ao contar a história de negros africanos que após serem escravizados e trazidos ao Brasil, acabaram voltando ao continente africano levando um pouco de nossa cultura para aquele continente.
       A escola tinha como grande trunfo para o desfile o seu belíssimo samba. No entanto, eu acho que este não foi devidamente conduzido pelo competente intérprete Nêgo. O andamento acelerado e a condução do samba em que mal se entendia o que se estava sendo cantado comprometeram a harmonia. Apesar disso, o samba acabou sendo o ponto forte do desfile. Na evolução, buracos, carros quebrados, componentes despencando de alegorias, falta de uniformização no andamento da escola e por ai vai.
       Quanto ao aspecto plástico, reafirmo que não sou muito fã do trabalho do irreverente Milton Cunha. Algumas alegorias eram até interessantes, mas o que me destacou foi uma confusão de formas, cores e materiais. Algumas eram até "feias", outras "indecifráveis". Ah, sem falar que uma delas simplesmente quebrou e não entrou no desfile. As fantasias também não me agradavam (aliás, menos ainda do que as alegorias). Não gostei de muita coisa ali. Desenhos confusos, cores mal escolhidas e falta de coesão, além de materiais de gosto duvidoso. Ponto positivo para a Comissão de Frente, que apesar de simples e sem grandes impactos, foi bem conduzida e não comprometeu.
        Enfim, em 2003 vimos um desfile bastante irregular da escola do Borel, que se despedia naquele ano do grupo das que figuravam na "meiuca" ou "lutam para não cair" e passaria a integrar o seleto grupo de ponta que ano após ano iria disputar carnaval, tendo consagrando-se campeã em 2010 e 2012.

"Tem cheiro de benjoim no xirê alabê
Prepare o acarajé no dendê
Salve o Chachá, salve toda negritude
A Tijuca vem contar uma história de atitude".

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

TRADIÇÃO 2000


Escola do dia: TRADIÇÃO 2000
Categoria: Enredo de temática afro

       O desfile da Tradição no ano 2000 foi uma aula dos quesitos de carnaval. Uma aula do que não se deve fazer. Foi um exemplo de como desperdiçar um enredo belíssimo e um trabalho plástico até razoável diante um desfile pra lá de bagunçado.
       A escola trouxe o enredo "Liberdade! Sou negro, raça e tradição" ao contar a história e influência da cultura negra na construção do Brasil, enfocando os séculos XVI a XIX. No entanto, como dito anteriormente, o desfile conseguiu jogar pelo ralo esse belíssimo enredo.
       De início uma comissão de frente sem graça e sem impacto nenhum, que optou por distribuir seus componentes numa área muito grande, perdendo o aspecto de unidade e coesão de sua coreografia. Tirando o lastimável carro abre-alas (aliás, o que era aquilo?), o conjunto alegórico da escola foi até razoável com algumas boas idéias, como carro do Valongo, do navio negreiro e da cultura negra. No entanto, os graves erros de acabamento (e repito, o horroroso abre-alas) comprometeram esse quesito. Fantasias sem vida e sem primor.
       Contudo, o grande equívoco do desfile foi encontrado nos quesitos de chão. A escola estava excessivamente coreografada. Não me lembro de ter visto outro desfile com mais alas de passo marcado do que este da Tradição. As primeiras alas "livres" só foram aparecer lá pelo quarto setor do desfile. Além disso, podemos destacar os buracos abertos (vários, diga-se de passagem) e a correria (quase estoura o tempo máximo de apresentação). Quanto à evolução e harmonia, podemos afirmar: foi um desastre. Ninguém cantou, ninguém sambou, ninguém evoluiu. O samba? Razoável. Nem o melhor e nem o pior. E para não dizermos que tudo deu errado, devemos destacar a fantástica apresentação (e belíssima fantasia) do casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira.
        Em 2000, a Tradição saiu no lucro com aquele 12o lugar, afinal, com um desfile tão irregular, merecia sim ter visitado o grupo de Acesso.


"Liberdade
Sou negro, raça e tradição
Vim de Angola da minha mãe África
Num navio negreiro clamando por Zambi"

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

RETROSPECTIVA 2013 - RANKING DE ACESSOS


                   2013 passou e o carnaval de 2014 está cada vez mais próximo. O blog Estação de Samba, criado em 21 de julho de 2013, completou seus primeiros 5 meses e meio com 23 postagens e 1814 acessos. Como retrospectiva desse primeiro ano do blog, fiz um ranking de acessos das postagens das duas primeiras categorias "Campeã" e "Deu show mas não ganhou".
                  Que em 2014 possamos compartilhar ainda mais as experiências e impressões que tivemos ao longo dos últimos anos dos desfiles das Escolas de Samba do Rio de Janeiro.
                  Veja abaixo o ranking de acessos:

Categoria: Campeã
1. Imperatriz 1995 - 17,34%
2. Mangueira 2002 - 12,92%
3. Vila Isabel 2013 - 11,90%
4. Viradouro 1997 - 11,22%
5. Unidos da Tijuca 2010 - 11,22%
6. Salgueiro 1993 - 10,54%
7. Mocidade 1996 - 9,18%
8. Beija-Flor 2007 - 8,16%
9. Estácio de Sá 1992 - 7,48%

Categoria: "Deu show mas não ganhou"

1. Vila Isabel 2012  - 15,42%
2. Mangueira 2003 - 14,01%
3. Salgueiro 2007 - 12,61%
4. Mocidade 1997 - 10,28%
5. Beija-Flor 2001 - 10,28%
6. Portela 1995 - 10,28%
7. Unidos da Tijuca 2005 - 9,81%
8. Imperatriz 1996 - 9,81%
9. União da Ilha 2011 - 7,47%