domingo, 15 de dezembro de 2013

VILA ISABEL 1988


Escola do Dia: VILA ISABEL 1988
Categoria: Enredo de temática afro

          Infelizmente, não poderei descrever as sensações que tive ao ver o magnífico desfile da Vila Isabel em 1988. O motivo disso? Naquele ano, eu ainda era muito pequeno e não acompanhava os desfiles (tinha 3 anos, hehehe). Assim, quando o vi, eu já era grande e já tinha plena consciência da grandeza que foi Kizomba. Ou seja, eu assisti ao desfile "já sabendo que era bom", rs. Apesar disso, em nada foi diminuída a surpresa e o arrepio do que foi aquela apresentação.
          Em 1988, a escola de Martinho da Vila, que até então nunca havia vencido um carnaval, fez um desfile que certamente está no seleto grupo dos "maiores desfiles de todos os tempos". Daqueles em que até quem não era nascido à época "tem saudades daqueles tempos". Um desfile que 20 ou 30 anos depois ainda consegue emocionar, arrepiar. E no cenário atual, é cada vez mais difícil e improvável a Kizomba se repetir.
         O enredo "Kizomba, Festa da raça" abordava a influência negra na cultura universal, a situação do negro no mundo, e especialmente no Brasil, a abolição da escravatura e um pouco da história de Zumbi dos Palmares, ícone e símbolo da liberdade negra. E o que se viu foi isso: uma Kizomba. Poucas vezes a Sapucaí viu o que a Vila Isabel fez naquele desfile. Há quem tenha a audácia de tecer comentários negativos sobre a estética da escola. Como? Aquilo ali era perfeitamente o enredo que se queria demonstrar. A cultura, a dança, o gingado, a identidade da cultura negra foi 100% reproduzida ali. E pra arrebatar tudo e todos: o samba, simplesmente um dos maiores entre todos os tempos.
         O desfile da Vila Isabel de 1988 é simplesmente um clássico. Algo arrebatador! Um campeonato que faz os membros da sua escola encher o peito de orgulho e dizer "eu fui campeão com o desfile Kizomba". Um privilégio daqueles que puderam presenciar e viver aquele desfil.

"Valeu Zumbi !
O grito forte dos Palmares
Que correu terras, céus e mares
Influenciando a abolição
Zumbi valeu !
Hoje a Vila é Kizomba
É batuque, canto e dança
Jongo e maracatu"

domingo, 24 de novembro de 2013

PARAÍSO DO TUIUTI 2001


Escola do Dia: PARAÍSO DO TUIUTI 2001
Categoria: Enredo de temática afro

        Em 2001, a escola Paraíso do Tuiuti, afilhada da minha querida verde e rosa, fez sua estréia no Grupo Especial, com um enredo entitulado "Um Mouro no Quilombo. Isto a História registra!", conduzido pelo carnavalesco Paulo Menezes. Na verdade, não foi um enredo necessariamente afro, uma vez que a grande maioria abordava, na verdade, uma temática meio "árabe". Contava a história de um mouro que saía da Espanha em direção à Meca, tendo seu barco naufragado, e vindo parar no Brasil, quando então conheceu o Quilombo de Zumbi dos Palmares.
        O que falar desse desfile? Em resumiria em: apresentação simples, desprentensiosa e singela, porém bastante bonita. Parecia que a escola já tinha ciência de que não ficaria no Grupo. A sensação foi de "vou cair mesmo, mas, pelo menos, vou fazer bonito". Gostei do desfile. Achei tudo muito simples e de bom gosto, apesar da extrema simplicidade e falta de recursos. O enredo foi muito interessante e bem desenvolvido. 
       E o samba? Gosto muito. Como todo o desfile em si, o samba era sutil e singelo. Os versos "Tens um destino a cumprir. É brilhar no carnaval. No desfile principal. Todo o povo a te aplaudir" bem demonstraram o que escola queria naquela ocasião: tão simplesmente brilhar em sua apresentação de estréia. Não queria levantar. Queria emocionar. O desfile não foi necessariamente marcante e nem impactante. No entanto, não decepcionou. Fez bonito em sua estréia. Se tive a sensação de que a escola não fez necessariamente um desfile a ponto de "dizer a que veio", também foi um absurdo as notas levadas na apuração oficial. Talvez essa falta de grandes pretensões tenha feito os jurados pesado a mão demasiadamente na hora de avaliá-la (além do vício de julgamento que rebaixam as escolas que sobem). 
        Se não foi um desfile 8 nem 80, foi uma apresentação digna de sua estréia. O resultado não correspondeu ao que vimos. Contudo, tenho certeza que a escola voltará a figurar na elite, e dessa vez, com mais postura e ambições, poderá sim alçar vôos mais altos e, quem sabe, vir pra ficar.

"Tu és meu sonho, Tuiuti
Tens um destino à cumprir
É brilhar no carnaval
No desfile principal
Todo o povo a te aplaudir"

domingo, 17 de novembro de 2013

PORTO DA PEDRA 2007


Escola do Dia: PORTO DA PEDRA 2007
Categoria: Enredo de temática afro

         Em 2007, a Porto da Pedra apresentou o enredo "Preto e Branco a Cores" trazendo uma homenagem à África do Sul e ao seu principal líder, Nelson Mandela. O enredo foi desenvolvido pelo carnavalesco Milton Cunha, tendo a escola alcançado a 10ª posição naquele desfile. 
         O que falar dessa apresentação? Sinceramente, quase nada me agradou ali. Tinha uma grande expectativa no desfile da Porto da Pedra. Primeiro, por causa do enredo, que seria negro em sua essência. Segundo, pelo belíssimo samba, e terceiro, pelo fato de eu gostar muito da escola de São Gonçalo. Mas, confesso que me decepcionei.
           Inicialmente, em termos plásticos, a escola estava muito abaixo do esperado. Alegorias simplórias (e até feias), algumas aparentando o grupo de acesso, e pecando pela falta de criatividade e acabamento. Fantasias piores ainda. Nem o efeito "mar de baianas" que o carnavalesco propôs dar deu muito certo. Harmonia fraca, evolução irregular, comissão de frente sem graça e enredo muito mal desenvolvido. Até o seu trunfo não funcionou: o samba-enredo. Este era (e ainda é) o meu favorito entre todos os sambas da escola. Sempre que ponho o CD de 2007 pra tocar, é um dos que mais ouço. Mas a sensação que tive é de que é um samba feito pra ser bom no CD e não na avenida, já que não funcionou e a escola passou morta e fria pela Sapucaí.
        Em síntese, o desfile não conseguiu emplacar. Contrariando as previsões de que todo enredo de temática afro tem meio caminho andado para o sucesso, o desfile de 2007 foi daqueles que já caiu no esquecimento. Espera mais da Porto da Pedra naquele ano. Bem mais...

"Liberdade, pelo amor de Deus
Liberdade a este céu azul
É minha terra, orgulho meu
Porto da Pedra canta a África do Sul"

domingo, 10 de novembro de 2013

MANGUEIRA 2000


Escola do Dia: MANGUEIRA 2000
Categoria: Enredo de temática afro

         Em 2000, a Mangueira trouxe para a avenida o enredo "Dom Obá II - Rei dos Esfarrapados, Príncipe do Povo", desenvolvido pelo carnavalesco Alexandre Louzada. Naquele ano, as escolas decidiram que falariam dos 500 anos do Brasil, a partir de enfoques e períodos diversos da nossa história. A verde e rosa escolheu falar dessa ilustre personalidade que até então era desconhecida para a grande maioria de nós. A homenagem a Dom Obá foi um tributo à cultura negra, ao contar a história desse Rei negro que viveu "no Rio de lá" e no "Rio de cá", no luxo e no lixo.
         O desfile foi dividido em dois momentos. Inicialmente a escola fazia uma apresentação impecável. Comissão de Frente simplesmente fantástica, coreografada por Carlinhos de Jesus, que vivia um grande momento de seu carreira no carnaval, retratando o nascimento de Dom Obá e os dois momentos de vida de Dom Obá: a riqueza e a pobreza. O samba nota 10, vencedor de estandarte de ouro, o melhor daquele carnaval, era outro grande trunfo da escola. Alegorias belíssimas, e fantasias com tonalidades diferentes do verde e rosa (tons "pastel") deram a tônica da apresentação. Me lembro perfeitamente que até a metade do desfile eu acreditava sim num possível título da Mangueira. Estava empolgadíssimo com seu desfile, que levantava o público e o fazia cantar seu belíssimo samba.
         Até que... quebrou um carro. Na verdade, um belo carro que trazia o Palácio Imperial. O resultado disso? Um banho de água fria num desfile que vinha até então empolgando a todos. Além de prejuízos para o quesito alegoria, vimos buracos, correria, problemas de harmonia, evolução e enredo. O desfile em si perdeu um pouco de sua força. Do céu ao inferno, a escola ficou em 7º lugar. Apesar dos problemas, achei um exagero o desconto de pontos que a escola sofreu na apuração. A impressão que eu tive é de que, mesmo que tudo desse certo, a escola não passaria de um 4º ou 5º lugar. Injusto! Entre mortos e feridos, a escola merecia quem sabe um 5º lugar (mesmo com todos os problemas acima narrados).
         De qualquer forma, a homenagem da Mangueira no ano 2000, que trouxe mais um desfile de temática afro para sua coleção de inúmeros enredos que já apresentou nessa linha de desenvolvimento, foi belíssima. Um enredo que certamente está gravado nas lembranças de todos aqueles que amam um desfile autêntico e de samba no pé, marcas da Estação Primeira.

"Sonho ou realidade
Uma dádiva do céu (do céu, do céu)
Vi no morro da Mangueira
Sambar de porta-bandeira
A Princesa Isabel"

domingo, 3 de novembro de 2013

SALGUEIRO 2007


Escola do Dia: SALGUEIRO 2007
Categoria: Deu show mas não ganhou

            Antes de tudo, vamos deixar bem claro: não, o Salgueiro não mereceu vencer em 2007. Além da superioridade inesquestionável da campeã Beija-Flor, a escola da Tijuca cometeu erros seríssimos que lhe valeram o campeonato. No entanto, independentemente disso, é importante ressaltar que em 2007 o Salgueiro deu um verdadeiro show na avenida.
              O engraçado é que , tirando o clássico desfile de 1993, os meus desfiles favoritos do Salgueiro são os de 2007, 2009 e 2011. Em 2007 e 2011 um show de erros levaram o título da escola por água abaixo. Em 2009, o Salgueiro foi finalmente campeão (todavia, ainda sim cometeu seus deslizes). Ou seja, quando a escola vem mais pronta pra vencer, parece que baixa alguma coisa que atrapalha seu desfile. Coincidências à parte, vamos ao desfile de 2007.
           O Salgueiro veio com um enredo de título "Candaces", que contou a história de Rainhas-Guerreiras africanas. Plasticamente falando, o desfile foi um deslumbramento total. As alegorias eram coisa de louco. Fantasias que tinham a marca do gênio Renato Lage. Me lembro perfeitamente da sensação que tive ao ver o Salgueiro na avenida. A vontade que eu tinha era de descer a arquibancada e sair desfilando junto da escola.
           E o samba? É o meu favorito entre todos os sambas do Salgueiro. Sensacional! No entanto, foi a partir daí que a escola começou a perder seu título. Ele não foi muito bem conduzido na avenida. Seu puxador Quinho, famoso por seus cacos, alterou tanto o samba ao cantar que os componentes o acompanharam e o que vimos foi um perda de pontos em harmonia e samba-enredo. Ah, sem falar que vimos alas passando quase que inteiras sem cantar. 
           Se em 2007, sobrou plástica, faltou chão. Contudo, não acompanho a opinião dos mais radicais que falaram que o Salgueiro foi um desastre no canto. Ok, não mereceu ganhar, afinal são 10 quesitos a serem avaliados. Mas 7º lugar? Merecia no máximo um 3º (decorrente dos seus erros, que outras escolas também cometeram, diga-se de passagem). 
            De qualquer forma, esse desfile é inesquecível pra mim. Está no meu Top 5 dentre todos os desfiles que já assisti em termos de beleza e bom gosto. Amo Salgueiro 2007, que deu show mas não ganhou.

"Odoyá Iemanjá, Saluba Nanã!
Eparrei Oyá
Orayê Yê o, Oxum!
Oba Xi Oba"

domingo, 20 de outubro de 2013

MOCIDADE 1997


Escola do Dia: MOCIDADE 1997
Categoria: "Deu show mas não ganhou"

             Quem me conhece sabe o carinho que eu tenho pela escola de Padre Miguel. Na década de 90, quando comecei a acompanhar os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, além da minha eterna Mangueira, a escola que mais me fazia aguardar seu desfile era a Mocidade. E o desfile de 1997 foi um desses que mais me marcaram (entre tantos da escola daquela era).
         A Mocidade vinha de um campeonato disputadíssimo no ano anterior. Trazia a responsabilidade de tentar se superar, afinal era a "atual" campeã. E, pra mim, conseguiu sim superior tal feito. O desfile de 1997 foi ainda melhor do que o de 1996. 
              A começar pelo samba lindo. O enredo que falava sobre o corpo humano poderia soar burocrático ou uma aula de "ciências". Mas não foi bem isso o que se viu. O samba, perfeito em letra e melodia, conseguiu imprimir poesia em cada verso que falava de uma forma específica ou genérica sobre o corpo humano. Alegorias e Fantasias mostraram porque o Renato Lage é gênio. Sem falar do enredo, que como disse antes, foi uma aula de bom gosto. 
             Adoro esse desfile, e lamento até hoje a escola não ter vencido naquele ano. Ela ficou atrás no quesito harmonia. É comum vermos escolas não conseguirem terminar sua apresentação nos 80 minutos, sendo obrigadas a correr ao final para não perder pontos. Aqui foi diferente. Ela estava tão preocupada em não atrasar que se adiantou. Acabou o desfile antes do tempo e foi obrigada a ficar um bom tempo parada no final para dar o tempo mínimo. Um excesso de prudência que lhe valeu o caneco. Pena. Em 1997, a Mocidade deu show mas não ganhou.

"Saúde e harmonia
Prazer de viver
Vou virar pelo avesso
Teu avesso eu quero ver"

domingo, 6 de outubro de 2013

TIJUCA 2005


Escola do Dia: UNIDOS DA TIJUCA 2005
Categoria: "Deu show mas não ganhou"

         O desfile de 2005 deve ser visto com o olhar de seu tempo (na verdade, esta máxima se aplica a tudo). Por que estou falando isso? Fui rever o desfile da Tijuca de 2005 e a impressão que tive foi de "nada demais". No entanto, só tive esta percepção porque hoje estamos totalmente acostumados ao estilo do Paulo Barros. Assim, ver "carros humanos" e portas se abrindo e fechando, nos dias de hoje, não geram mais impacto. Virou "lugar comum". Contudo, é preciso enxergar o desfile de 2005 a partir de uma perspectiva de sua época.
         Aquele ano foi o da minha estréia na Sapucaí. Estava super ansioso pra ver o desfile da Mangueira, minha escola de coração. Contudo, a escola que mais me marcou foi a Unidos da Tijuca. Sem sombra de dúvidas, pra mim, era a escola do Borel que sairia campeã. Hoje, aquele desfile pode até parecer "só mais um". Mas na época, aquilo foi um desfile surpreendente e inesquecível. 
          Era a segunda vez de Paulo Barros no Grupo Especial. Em 2004 ele estreiou com o vice-campeonato. Estavam todos aguardando a "sensação do momento". E ele não desapontou. Suas alegorias, enredo e fantasisas, confirmaram o seu estilo que mudaria os rumos do carnaval carioca. Com o enredo falando sobre o mundo da imaginação, a escola trouxe seu "pavão-humano" no abre-alas, além de criativas alegorias do Homem-de-Lata do Mágico de Oz, feito inteiramente de panelas, além de carros como o Planeta dos Macacos, o da Atlântida, que flutuava na avenida, e o dos Dráculas com seus caixões que abriam e fechavam. Fantasias auto-explicativas, como o exército de cartas de baralho da  Rainha de Copas, de Alice no País das Maravilhas deram a tônica do desfile. O resultado disso foi o final da Marquês da Sapucaí ao delírio. O engraçado é que pela TV não dá pra sentir nem 5% da emoção que foi o desfile ao vivo. Era Paulo Barros começando a fazer história e deixar seu nome marcado no carnaval. Ah, como não falar do samba? Era o meu favorito do ano.
        Em 2005, a Unidos da Tijuca foi vice-campeã por apenas 1 décimo. Apesar de ter perdido o campeonato, demonstrou que o ano anterior não foi um ponto fora da curva. A escola estava definitivamente se firmando entre as grandes. Tanto que 5 anos depois venceria por outras 2 ocasiões. Deu show, mas não ganhou.

"Entrei por um lado, sai pelo outro a cantar.
E quem quiser invente outro lugar.
O meu paraíso, local mais perfeito não há
Faço do Borel a Shangri-Lá"

domingo, 29 de setembro de 2013

IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE 1996


Escola do Dia: IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE 1996
Categoria: "Deu show mas não ganhou".

            Em 1996, a Imperatriz Leopoldinense vinha de um bi-campeonato (no entanto, o titulo de 1995 era bastante contestado). Era uma missão árdua: superar os dois desfiles anteriores. Talvez pelo fato de ter vencido no ano anterior quando muitos não apostavam em sua vitória, o tri não veio em 1996. Uma pena. Afinal, eu simplesmente amo esse desfile. Calma, não estou dizendo que a Mocidade (verdadeira campeã do ano) não mereceu. Muito pelo contrário. Como afirmei em postagens anteriores, o desfile da escola de Padre Miguel foi campeão e com méritos. Contudo, o ano de 96 foi daqueles em que mais de uma escola poderia tranquilarmente ter levado o caneco, sem que houvesse injustiça alguma. E essa "outra escola", no caso, foi a Imperatriz.
        A escola trouxe um enredo falando sobre "Leopoldina, a Imperatriz do Brasil". Não conhece a sua história? Então assista ao desfile da IL. O enredo de Rosa Magalhães é mais do que um enredo, é uma aula de história. A Comissão de Frente, como sempre, foi fantástica. O samba, vencedor do estandarte de ouro, é tal qual o enredo em si, uma forma de aprendizado da história do Brasil. E o melhor, não é enfadonho, nem chato. É lírico, poético e com uma melodia espetacular. E o que falar da plástica da escola? Em termos de alegorias, esse é o meu desfile favorito da escola. Aquele carro dos castiçais é um show a parte. Fantasias de luxo.
         Em 1996, a Imperatriz mostrou, mais uma vez, porque era uma escola que estava sempre no topo. Era um momento especial da escola, em que vivia seu auge nas últimas décadas. Tudo funcionava. Tudo era engrenado. O desfile foi um show, pena que não ganhou.

"Ôooo, Lá vem raiz
A Leopoldina é imperatriz
É carnaval, é samba verdadeiro
Eu me orgulho de ser brasileiro"

domingo, 22 de setembro de 2013

VILA ISABEL 2012


Escola do Dia: VILA ISABEL 2012
Categoria: "Deu show mas não ganhou".

             Nos preparativos do carnaval de 2012, havia uma grande ansiedade (e por que não dizer preocupação) de um grande grupo de amantes do carnaval carioca quanto ao desfile da Vila Isabel. Por quê disso? As imagens advindas do barracão da escola apontavam para um desfile super simples, sem grandes luxos e com um emprego grande de estampados em suas alegorias. Por mais que o enredo fosse sobre a cultura negra e o povo angolano e suas nuances africanas, era difícil para um público tão acostumado ao luxo caro (e até exagerado) digerir tal ideia. Lembro perfeitamente que alguns audaciosos chegaram até a apostar em sua "queda". Risos.
              Ao despontar na Marquês de Sapucaí a Vila Isabel calou a boca dos céticos e encheu de orgulho os que apostavam em seu sucesso, que não quedaram-se em falar "eu avisei". A escola fez um desfile simplesmente sensacional. A escola de Noel mostrou porque, nos últimos anos, tem se destacado pelo seu chão forte e aguerrido. Em contrapartida, Rosa Magalhães, mais uma vez, demonstrou por meio de seu trabalho porque é mestra no que faz. Parecia até que as alas e alegorias diziam "olha aí o que é bom gosto".
             A começar pela Comissão de Frente, a melhor do ano, que fez os olhos extasiarem e observarem atônitos movimentos precisos de um coreografia simples e ao mesmo tempo impactante. Na parte estética, a África estava estampada em cada fantasia e cada alegoria. Não tinha como não dizer "isso é cultura negra, é África, é Angola". E o samba? Nota 10, aliás, nota mil. Samba lindo, lindo, lindo. 
            O desfile da Vila Isabel foi, sem sombra de dúvidas, o melhor de 2012. E porque então levou o 3º lugar? Porque perdeu, mesmo com todas essas qualidades? 
                Lembra do que eu disse no ínicio do texto? Que para um público tão acostumado ao luxo caro e exagerado era difícil digerir uma ideia de uma África simples e genuína? Pois é. Acho que os jurados se encontravam nesse tal público. Talvez preferissem substituir as palhas e estampados de Angola por um monte de penas de faisão, ouro, luxos e extravagâncias. Será que eles sabiam que a Vila Isabel estava fazendo uma nova Kizomba? Pena... Pelo menos, a justiça foi feita e no ano seguinte a escola consagrou-se campeã, mas a falta do "bi" ainda está entalado na garganta de muitos.

"Semba de lá, que eu sambo de cá
Já clareou o dia de paz
Vai ressoar o canto livre
Nos meus tambores, o sonho vive"

domingo, 15 de setembro de 2013

BEIJA-FLOR 2001


Escola do Dia: BEIJA-FLOR 2001
Categoria: "Deu show mas não ganhou"

      Na noite de hoje resolvi assistir novamente ao desfile da Beija-Flor de 2001. Havia esquecido o quão bom foi este desfile. A foto da postagem acima é da Comissão Frente. A coreógrafa Gislaine ficou marcada por suas comissões "singelas" em que o ponto forte de suas apresentações sempre foi o figurino de suas bailarinas. E em 2001 não foi diferente. Basta olhar a imagem acima pra constatar o que acabei de falar. Apesar de não ter sido apoteótica, a CF da Beija naquele ano foi nota 10.
        Quanto ao restante do desfile, a escola continuou a dar show. Com o enredo entitulado "A Saga de Agotime - Maria Mineira Naê", a escola contou a histórica de uma rainha africana, que após ser traída e vendida como escrava, veio ao Brasil e no Maranhão "resgatou" o seu reino entre o seu povo. Foi mais um desfile para a galeria do "deu show mas não ganhou". É nítida a animação e empolgação de comentaristas e narradores na transmissão. A escola desfilou ao amanhecer. E veio preparada pra isso. Tanto foi assim que vimos um show de cores fortes e impactants em suas alas e alegorias. O terceiro carro, o que retrata Agotime em sua versão "feiticeira" foi simplesmente espetacular. Um dos meus favoritos. Destaque especial também para a ala da pretas-velhas. Chega a ser emocionante ver aquelas senhoras atravessarem o desfile todo naquela posição encurvada. Só pra que ama e dá o sangue pela sua escola
         E a harmonia? O que falar daquela comunidade 100% empenhada no desfile e cantando o samba a plenos pulmões? Ah, como não falar do samba. É simplesmente o meu favorito entre todos da escola de Nilópolis..
        Em 2001 a escola não venceu. Poderia ter levado. O vice campeonato desceu amargo na garganta, claro. Mas apesar de não ter se consagrado a campeã, é certamente um desfile imortalizado na mente de todos, e que está no rol dos maiores que já passaram pela Sapucaí.

"Sou Beija Flor e o meu tambor
Tem energia e vibração
Vai ressoar em São Luiz do Maranhão"

domingo, 8 de setembro de 2013

UNIÃO DA ILHA 2011


Escola do Dia: UNIÃO DA ILHA 2011
Categoria: "Deu show mas não ganhou"

         Em 2011 assistimos a uma grande tragédia para o carnaval das escolas de samba do Rio de Janeiro. Faltando um pouco mais de 1 mês para os desfiles, 4 barracões foram atingidos por um incêndio: o da própria Liesa, além da Portela, Grande Rio e União da Ilha. O resultado disso foi que nenhuma das 3 escolas mencionadas disputariam aquele carnaval. Ou seja, desfilariam mas sem competir. 
       Sendo assim, a União da Ilha não disputou o carnaval de 2011, de forma que, independente de qualquer coisa, era impossível ter sido consagrada campeã. No entanto, isso não a impede de figurar nessa categoria. Afinal, apesar de "não estar valendo nada", ela desfilou como se estivesse efetivamente disputando o título. E cá pra nós, para mim ela fez o melhor desfile daquele ano e que, se não fosse os fatos acima narrados, poderia e deveria muito bem ter sido a campeã de 2011 (embora acredite que isso nunca fosse acontecesse. Motivos off-desfile... hehehe).
     As alegorias foram simplesmente fantásticas. O bom gosto e criatividade de seu carnavalesco foram o grande destaque. Sem falar nas fantasias e enredo muito bem explicado. Harmonia e evolução exemplares. Até o samba, que não me agrada, funcionou bem. Um senão ficou apenas com a Comissão de Frente: fraca. Mas nada a comprometer, uma vez que a verdadeira campeã apresentou uma CF vexatória.
        A escola que fazia seu segundo desfile no Especial após anos no Acesso mostrou que veio pra ficar. E a cada ano que passa sobe um degrau na tabela. Se continuar na mesma trajetória, em breve assistiremos à União da Ilha brigando por um título de igual para igual com aquelas que estão na ponta. É aguardar pra ver!!!

"Hoje eu quero brindar... com a Ilha
Nessa avenida dos sonhos brilhar
O meu amanhã, só Deus saberá
A vida vamos celebrar"

domingo, 1 de setembro de 2013

MANGUEIRA 2003



Escola do Dia: MANGUEIRA 2003
Categoria: "Deu show mas não ganhou"

          Se eu tivesse que apontar 1 único desfile como aquele em que a Mangueira estava mais linda, mais perfeita esteticamente e mais completa plasticamente, sem dúvidas, escolheria o desfile de 2003. Não tem uma única alegoria ou uma única fantasia que destoasse do conjunto que foi aquele desfile. Em 2003 ela estava simplesmente imbatível.
           Costumo dizer que toda escola tem seu momento de "injustiçada". E o da Mangueira, para mim, certamente foi o de 2003. Era impossível não ter sido campeã naquela ocasião. Tanto que o vice teve um sabor altamente amargo. Nada me tira da cabeça que o título da Beija-Flor foi uma espécie de "prêmio de consolação" por ter levado 4 vices seguidos (alguns em que certamente merecia ter vencido, como de 1999 ou até mesmo 2001). Mas em 2003, não teve outra: a Mangueira deu show, e infelizmente não ganhou.
           O abre-alas era algo de louco. Está no rol das alegorias mais bonitas que já passaram pela Sapucaí. Para alegria dos mangueirenses, a escola veio todinha verde e rosa. O samba lindo na voz do Jamelão foi outro banho. O final apoteótico com todas as arquibancadas finais cantando aos gritos de "é campeã" também marcou. Sem falar da ala do mar que se abriu para os hebreus passarem, o luxo e beleza das alegorias, e até a comissão de frente que foi injustamente canetada. Deu show de evolução e harmonia, nosso casal de MS e PB foram espetacular... enfim, TUDO deu certo naquele desfile!!! 
           O carnaval de 2003 poderia ter marcado o bicampeonato da Mangueira, que venceu no ano anterior. A verde e rosa atingiu ali o seu ápice nos últimos tempos. Mostrou que era possível aliar luxo, beleza e elegância com forte apelo popular. Por questões que vão além da nossa compreensão, ela não ganhou, mas é certo que naquele carnaval, a Mangueira foi simplesmente fantástica.

"Quem plantar a paz, vai colher amor
Um grito forte de liberdade
Na Estação Primeira ecoou"

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

PORTELA 1995



Escola do Dia: PORTELA 1995
Categoria: "Deu show mas não ganhou"
 
                  O vice-campeonato da Portela no ano de 1995, assim como da Beija-Flor em 1989, é o mais chorado (pelo menos, na era Sapucaí). A grande maioria dos amantes do samba até hoje não engoliu essa derrota. Talvez por ter sido a oportunidade em que a escola de Madureira, maior vencedora do carnaval carioca com suas 21 conquistas, chegou mais próxima de um título nos últimos 30 anos.
                  De qualquer forma, apesar de achar o título da Imperatriz merecido (como postei anteriormente em outro tópico), não tem como reconhecer o desfile brilhante da Portela em 1995. A começar pelo belíssimo samba do "Gosto que me enrosco", que até hoje é embalado em todos os carnavais Brasil afora, e vencedor merecidíssimo do estandarte de ouro, até o último componente que desfilou cantando a plenos pulmões, o desfile da Portela foi, de fato, marcante e inesquecível.
                 A imagem daquele mar azul e branco ao amanhecer, com o devido contraste com os primeiros raios de luz, e a imponente águia, símbolo da escola, que vinha toda carnavalesca, foram a marca daquele desfile lindo. O único porém que eu vi no desfile foi justamente aquele que tirou seu caneco: a evolução. Sempre disse que achei a escola meio "embolada".
               De qualquer forma, ganhando ou não, merecendo ou não o título,o que é inconstestável é que a Portela em 1995 deu show, num desfile que até hoje está na mente e coração dos portelenses.
 
"Abram alas, deixa a Portela passar
É voz que não se cala
É canto de alegria no ar"

domingo, 25 de agosto de 2013

ESTÁCIO DE SÁ 1992

 
Escola do Dia: ESTÁCIO DE SÁ 1992
Categoria: Campeã
 
                   Meu primeiro carnaval (pelo menos, o que recordo) foi em 1993. Ou seja, em 1992 eu ainda era muito pequeno e não tinha sido dominado pela paixão do carnaval carioca. Entretanto, ainda que muitos anos depois, não deixei de ver o mágico desfile da Estácio de Sá de 1992.
                 Com o enredo "Paulicéia Desvairada, 70 anos de Modernismo no Brasil", a escola falou da semana de arte moderna realizada no ano de 1922 e seus reflexos no segmento artístico nacional. Uma escola que até então não tinha levado o caneco de campeã (ainda hoje, este é seu único título), precisou fazer chover pra ser campeã, rs. Ou seja, não foi um simples desfile de campeonato, foi realmente apoteótico. As cenas das arquibancadas dançando e curtindo junto da escola, bem demonstram o que foi aquele desfile.
                   Entretanto, a cena mais marcante pra mim foi a de uma passista sozinha no alto de um carro alegórico que sambou até ver seus pés sangrarem. Aquilo foi o desfile da Estácio de Sá: mais do que qualquer coisa, foi uma aula de samba no pé e de harmonia, onde todos os seus integrantes (e até arquibancada) cantaram e sambaram do início ao fim, num coro único e empolgante.
 
"Modernismo, movimento cultural
No país da tropicália
Tudo acaba em carnaval"

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

VIRADOURO 1997


Escola do Dia: VIRADOURO 1997
Categoria: Campeã

           Em 1997, uma nova escola entrava para o seleto grupo daquelas que já se consagraram campeãs no grupo especial do Rio de Janeiro. Com o enredo "Trevas! Luz! A explosão do Universo!", a Viradouro conquistava seu único título, em um desfile memorável. Para tal missão, ela contou com nada mais que Joãozinho 30, carnavalesco gênio e consagrado no carnaval carioca.
                 Confesso que naquele ano, meu desfile favorito foi a da Mocidade. No entanto, seria leviano questionar o título da escola de Niterói que também fez um desfile impecável.
             De início, o primeiro impacto: cores fortes pretas davam o tom do abre-alas e da comissão de frente. Seria um desfile sombrio? Claro que não. Tratava-se de mais uma genialidade de J30. Plasticamente, a escola passou perfeitamente bem. Mas não foi isso que consagrou aquele desfile: a bateria de Mestre Jorjão com sua inesquecível "batida funk" foi o ápice daquele momento.
                 Infelizmente, a escola foi rebaixada em 2010 e certamente faz muita falta na elite do carnaval carioca. Na verdade, foi apenas um ano ruim que não perdoou a escola. Ela não teve uma "segunda chance". Mas certamente, após bater na trave nos últimos anos, deverá voltar pro lugar de onde não deveria ter saído.

"Lá vem a Viradouro aí! Meu amor!
É big-bang, coisa igual eu nunca vi!
Que esplendor"

domingo, 11 de agosto de 2013

BEIJA-FLOR 2007


Escola do Dia: BEIJA-FLOR DE NILÓPOLIS 2007
Categoria: Campeã

                   A Beija-Flor de Nilópolis consolidou-se como uma potência de vencer carnaval na primeira década do século XXI. Foram 6 títulos em um intervalo de 10 anos. E se eu pudesse apontar um ano em que a escola atingiu o seu ápice nessa trajetória ascendente, certamente escolheria o ano de 2007.
              O ano de 2007 é um dos meus favoritos, tanto em termos de samba como em termos de desfile. Foram várias as apresentações naquele ano dignas do campeonato. Entretanto, uma escola se sobressaiu: a Beija-Flor. Naquela ocasião ela demonstrou toda a sua potência.
                  A escola que tem como o luxo e a grandiosidade (de carros, fantasias e tudo), com o enredo que é a sua cara intitulado "Áfricas - Do Berço Real à corte brasiliana", fez um desfile impecável e imbatível. O samba, certamente o melhor do ano, funcionou magnificamente bem. Até hoje sou capaz de fechar os olhos e lembrar a batida do samba com o seu inesquecível "Sou Quilombola Beija-Flor...". 
         O abre-alas com o seu beija-flor dourado foi simplesmente fantástico. Aliado ao impecável conjunto artístico da escola, eu apontaria a harmonia da escola como o ponto alto. A escola estava gigante até em número de alas e componentes, mas desfilou de uma forma tão perfeita que isso não foi problema, onde se viam todos, absolutamente todos, os seus componentes cantando a plenos pulmões o samba da escola.
              Parabéns Beija-Flor!!! Em 2007 você mostrou o quão difícil era derrotá-la na Sapucaí!

"Sou quilombola Beija-Flor
Sangue de Rei, comunidade
Obatalá anunciou
Já raiou o sol da liberdade"

sábado, 3 de agosto de 2013

TIJUCA 2010


Escola do Dia: UNIDOS DA TIJUCA 2010
Categoria: Campeã

               Em 2010, a Tijuca foi a terceira escola a desfilar no domingo do carnaval. As estatísticas apontam que as chances de uma escola que desfila no domingo ser campeã são quase 5 vezes menores do que aquelas que desfilam na segunda-feira. E dentre aquelas que conseguiram o feito de ser campeã no domingo, todas desfilaram entre as últimas. Ou seja, ser campeã como a terceira de domingo era um tabu a ser batido.
                    No entanto, a escola do Borel não se importou muito com isso. Tanto é que, após seu MAGNÍFICO desfile, eu não tive dúvida: mesmo faltando outras 9 escolas a se apresentar (inclusive a minha), eu tinha certeza que o carnaval de 2010 já tinha uma escola vencedora: a Unidos da Tijuca.
                   A comissão de frente deu um show a parte. Alguns chegam a dizer que a escola consagrou-se campeã logo ali, no seu show de abertura. O show de mágica, dança e coregrafia  (sim, aquela comissão, além de tudo, cumpriu seu papel de apresentar a escola) fizeram com que a Sapucaí inteira entrasse em delírio logo no início de seu desfile. 
                    Para aqueles que ousam dizer que foi somente a comissão que venceu, o resto do desfile mostra justamente o contrário. Paulo Barros esteve no auge do seu trabalho. O enredo "é segredo" encaixou-se perfeitamente com o estilo de seu carnavalesco. As alegorias, em especial, o abre-alas e o dos Jardins Suspensos da Babilônia, foram uma combinação perfeita do espírito inovador de Paulo Barros e do requinte e excelente trabalho de acabamento de sua equipe de barracão. Até o samba que não era uma obra-prima transformou-se num sambão de primeira, contando, para isso, com uma apresentação exemplar do Bruno Ribas.
                  Foi uma apresentação de gala da escola, que consagrou-se definitivamente como a mais nova potência do carnaval carioca. Parabéns Tijuca! Tenho certeza que até quem não acompanha os desfiles das escolas de samba do Rio lembra-se muito bem do desfile de 2010. A imensa repercussão do desfile deu-se graças à belíssima apresentação da escola de Borel.

"É segredo, não conto a ninguém
Sou Tijuca, vou além
O seu olhar, vou iludir
A tentação é descobrir"

quarta-feira, 31 de julho de 2013

IMPERATRIZ 1995

 

Escola do Dia: IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE 1995
Categoria: Campeã

                  O resultado do carnaval de 1995 é um dos mais polêmicos da era sambódromo. Muitos contestam o campeonato da escola de Ramos, apontando a vice Portela como merecedora do título. Bastante dessa irresignação deve-se ao carro que quebrou e nem chegou a entrar, fazendo com que a escola desfilasse (e fosse campeã) com um carro a menos.
                 Apesar de tudo isso, sou daqueles que, embora não seja gresilense, defende esse desfile com unhas e dentes. Motivos para isso? O desfile da Imperatriz de 1995 é o meu favorito da escola de Ramos.
                 A escola veio com o enredo intitulado "Mais Vale um Jegue que me carregue, que um Camelo que me Derrube lá no Ceará". Rosa Magalhães, com toda sua maestria, mostrou que pode-se sim transformar um enredo "CEP" em algo altamente cultural. O enredo e sua forma de desenvolvimento foram fantásticos. Samba perfeito e na ponta da língua de todos. Fábio de Mello, mais uma vez, deu show em sua comissão de frente.
                 Há quem diga que a IL é uma escola "fria" quanto à sua comunicação com o público. Mas não foi isso o que se viu nesse desfile. Todos que estavam ali desfilaram junto da escola, cantando o magnífico samba puxado pelo Preto Jóia que, certamente, estava em uma noite inspirada.
                Há quem critique esse desfile mas, pra mim, ele é sim campeão com todos os méritos (inclusive com carro a menos). Parabéns à escola que fez do requinte e do luxo a sua marca.
 
"Balançou, não deu certo não
Pois não passou de ilusão
Eles trouxeram o balanço do deserto
Mas não é o gingado certo
Pra cruzar o nosso chão"

domingo, 28 de julho de 2013

VILA ISABEL 2013


Escola do Dia: VILA ISABEL 2013
Categoria: Campeã


            Quando escolhi a Vila Isabel como próxima escola a ser homenageada, me veio a dúvida: falo do clássico e inesquecível desfile Kizomba de 1988 ou do recente, e não menos magnífico, desfile de 2013? Para decidir, eu levei em consideração um ponto importante: o desfile de 2013 eu vi e acompanhei direto da Sapucaí. 
         A Vila Isabel foi a última escola a desfilar. Antes dela, 11 escolas fizeram suas apresentações, mas em todas faltava o "algo mais", o "quê" de campeã. E não teve outra: quando a Vila entrou na passarela do samba, com o samba que, pra mim, é o melhor dos últimos 10 anos, ela confirmou todo o seu favoritismo do pré-carnaval.
                Não tinha pra ninguém! A Rosa confirmou toda a sua maestria. Mostrou que somente quem é gênio naquilo que faz, sabe acompanhar as mudanças do tempo e estar sempre no topo e atualizada. A simplicidade de um enredo que falou da vida no campo, as baianas fantasiadas de joaninhas, o carro dos girassóis e do tatu foram alguns dos momentos marcantes do desfile. Não mais do que a cena que foi, pra mim, a imagem do carnaval de 2013: uma senhora que estava desde o meio-dia (!!!) na fila e no sol, com sua marmita e sua camisa da Vila, esperando horas e horas para ver a sua escola. E quando ela despontou lá na concentração começou a chorar. Antes de ir embora, me dirigi a ela e disse: "Parabéns, a senhora está de parabéns. Não tem como ser diferente: Vila Isabel Campeã!!!"
        Alguns dizem que finalmente o samba venceu! E como venceu!!! Encerro minha postagem com o refrão que foi a cara desse carnaval. Parabéns Vila Isabel! O desfile de 2013 está na categoria não só dos desfiles campeões, mas como também dos incontestáveis e clássicos!

"Ô muié, o cumpadi chegou
Puxa o banco e vem prosear
Bota água no feijão, já tem lenha no fogão
Faz um bolo de fubá"

sexta-feira, 26 de julho de 2013

MOCIDADE 1996


Escola do Dia: MOCIDADE 1996
Categoria: Campeã

                    Se eu não fosse mangueirense, certamente seria torcedor da Mocidade Independente de Padre Miguel. Por quê? Na década de 90, período em que comecei a acompanhar o carnaval, a dobradinha Mocidade + Renato Lage estava a todo vapor, o que fez da escola uma potência na época.
                   E é com esse espírito que escolhi o desfile de 1996 para homenagear a escola. Poderia ter escolhido 1991 e seu incontestável Chuê Chuá. Mas optei por um desfile que vi e acompanhei.
                   Na época eu ainda  era criança e não conseguia acompanhar todas as escolas. Mas não podia deixar de ver duas em especial: a Mangueira (minha eterna paixão) e a Mocidade. Ficava abismado com seus carros, seu estilo e suas inovações. E o desfile campeão de 1996 não foi diferente.
                  O samba, apesar de não ser uma obra-prima, é perfeito. Foi um dos primeiros sambas que aprendi a cantar. E como não citar a comissão de frente de Frankensteins? Com enredo "criador e criatura", a Mocidade deu show na avenida. A luz do dia tornou seu desfile ainda mais deslumbrante, ressaltando ainda mais as cores fortes de suas fantasias e os efeitos de seus carros que eram e ainda são a marca de seu carnavalesco. 
                  Que desfile!!! Campeã justíssima e merecidíssima. Aí está um dos meus desfiles favoritos da escola, que na década de 90 coleciona excelentes apresentações.
                  Aguardo ansiosamente o tempo em que os ventos irão mudar nas bandas de Padre Miguel e a escola voltará a ser temida. Está mais do que na hora de a estrela voltar a brilhar!

"A mão que faz a bomba, faz o samba
Deus faz gente bamba
A bomba que explode o nesse carnaval
É a Mocidade levantando o seu astral"

terça-feira, 23 de julho de 2013

SALGUEIRO 1993

 

Escola do Dia: SALGUEIRO 1993
Categoria: Campeã

                  Se eu pudesse apontar o MAIOR desfile que já assisti, certamente escolheria o desfile do Acadêmicos do Salgueiro do ano de 1993. Me lembro perfeitamente daquele carnaval, afinal foi o primeiro que acompanhei (pelo menos que eu me recordo).
               A escola desfilou cedo, eu ainda estava acordado (tinha meus 7 anos e obviamente não conseguia assistir a todas). Quando o Salgueiro apontou na Sapucaí e começou com o "explode coração", foi aquele frisson que a Sapucaí jamais viu se repetir. Do setor 1 ao 13, todos estavam em uma única sintonia. Desfile magnífico e com um samba que já se tornou imortal. Afinal, duvido que haja uma única pessoa que não saiba, ao menos, cantar o refrão do samba da escola afilhada da minha verde-e-rosa.
               O Salgueiro em 1993 deu um show de escola de samba. Há quem consiga apontar algum defeito nesse desfile. Eu não! As alegorias, fantasias e o mar vermelho e branco foram nota 10. A comissão de frente com o bailado das bandeiras: inesquecível. Mas o elemento que mais marcou foi justamente a comunicação com o público que desfilou junto à escola.
               O ano de 1993 foi inesquecível, tal qual o desfile do Salgueiro, escolha homenageada do dia.

"Explode coração
Na maior felicidade
É lindo meu Salgueiro
Contagiando e sacudindo esta cidade"

domingo, 21 de julho de 2013

MANGUEIRA 2002


Escola do dia: MANGUEIRA 2002
Categoria: Campeã

                  Quem viu o carnaval de 2002 sabe do que eu estou falando. A Estação Primeira de Mangueira entrou na Sapucaí com cara e pinta de campeã. Pra dar início às minhas postagens nesse blog, escolhi um mega desfile da minha escola. Samba fantástico (e vencedor do Estandarte de melhor samba do ano), com uma interpretação magistral do grande Mestre Jamelão. Comissão, Alegorias, Fantasias, Harmonia.. tudo funcionou perfeitamente! Foi um desfile magnífico da verde e rosa!!!

"Vou invadir o Nordeste.
Seu cabra da peste.
Sou Mangueira!
No forró, no xaxado, os filhos do chão rachado.
Vem com a Estação Primeira!"