domingo, 29 de setembro de 2013

IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE 1996


Escola do Dia: IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE 1996
Categoria: "Deu show mas não ganhou".

            Em 1996, a Imperatriz Leopoldinense vinha de um bi-campeonato (no entanto, o titulo de 1995 era bastante contestado). Era uma missão árdua: superar os dois desfiles anteriores. Talvez pelo fato de ter vencido no ano anterior quando muitos não apostavam em sua vitória, o tri não veio em 1996. Uma pena. Afinal, eu simplesmente amo esse desfile. Calma, não estou dizendo que a Mocidade (verdadeira campeã do ano) não mereceu. Muito pelo contrário. Como afirmei em postagens anteriores, o desfile da escola de Padre Miguel foi campeão e com méritos. Contudo, o ano de 96 foi daqueles em que mais de uma escola poderia tranquilarmente ter levado o caneco, sem que houvesse injustiça alguma. E essa "outra escola", no caso, foi a Imperatriz.
        A escola trouxe um enredo falando sobre "Leopoldina, a Imperatriz do Brasil". Não conhece a sua história? Então assista ao desfile da IL. O enredo de Rosa Magalhães é mais do que um enredo, é uma aula de história. A Comissão de Frente, como sempre, foi fantástica. O samba, vencedor do estandarte de ouro, é tal qual o enredo em si, uma forma de aprendizado da história do Brasil. E o melhor, não é enfadonho, nem chato. É lírico, poético e com uma melodia espetacular. E o que falar da plástica da escola? Em termos de alegorias, esse é o meu desfile favorito da escola. Aquele carro dos castiçais é um show a parte. Fantasias de luxo.
         Em 1996, a Imperatriz mostrou, mais uma vez, porque era uma escola que estava sempre no topo. Era um momento especial da escola, em que vivia seu auge nas últimas décadas. Tudo funcionava. Tudo era engrenado. O desfile foi um show, pena que não ganhou.

"Ôooo, Lá vem raiz
A Leopoldina é imperatriz
É carnaval, é samba verdadeiro
Eu me orgulho de ser brasileiro"

domingo, 22 de setembro de 2013

VILA ISABEL 2012


Escola do Dia: VILA ISABEL 2012
Categoria: "Deu show mas não ganhou".

             Nos preparativos do carnaval de 2012, havia uma grande ansiedade (e por que não dizer preocupação) de um grande grupo de amantes do carnaval carioca quanto ao desfile da Vila Isabel. Por quê disso? As imagens advindas do barracão da escola apontavam para um desfile super simples, sem grandes luxos e com um emprego grande de estampados em suas alegorias. Por mais que o enredo fosse sobre a cultura negra e o povo angolano e suas nuances africanas, era difícil para um público tão acostumado ao luxo caro (e até exagerado) digerir tal ideia. Lembro perfeitamente que alguns audaciosos chegaram até a apostar em sua "queda". Risos.
              Ao despontar na Marquês de Sapucaí a Vila Isabel calou a boca dos céticos e encheu de orgulho os que apostavam em seu sucesso, que não quedaram-se em falar "eu avisei". A escola fez um desfile simplesmente sensacional. A escola de Noel mostrou porque, nos últimos anos, tem se destacado pelo seu chão forte e aguerrido. Em contrapartida, Rosa Magalhães, mais uma vez, demonstrou por meio de seu trabalho porque é mestra no que faz. Parecia até que as alas e alegorias diziam "olha aí o que é bom gosto".
             A começar pela Comissão de Frente, a melhor do ano, que fez os olhos extasiarem e observarem atônitos movimentos precisos de um coreografia simples e ao mesmo tempo impactante. Na parte estética, a África estava estampada em cada fantasia e cada alegoria. Não tinha como não dizer "isso é cultura negra, é África, é Angola". E o samba? Nota 10, aliás, nota mil. Samba lindo, lindo, lindo. 
            O desfile da Vila Isabel foi, sem sombra de dúvidas, o melhor de 2012. E porque então levou o 3º lugar? Porque perdeu, mesmo com todas essas qualidades? 
                Lembra do que eu disse no ínicio do texto? Que para um público tão acostumado ao luxo caro e exagerado era difícil digerir uma ideia de uma África simples e genuína? Pois é. Acho que os jurados se encontravam nesse tal público. Talvez preferissem substituir as palhas e estampados de Angola por um monte de penas de faisão, ouro, luxos e extravagâncias. Será que eles sabiam que a Vila Isabel estava fazendo uma nova Kizomba? Pena... Pelo menos, a justiça foi feita e no ano seguinte a escola consagrou-se campeã, mas a falta do "bi" ainda está entalado na garganta de muitos.

"Semba de lá, que eu sambo de cá
Já clareou o dia de paz
Vai ressoar o canto livre
Nos meus tambores, o sonho vive"

domingo, 15 de setembro de 2013

BEIJA-FLOR 2001


Escola do Dia: BEIJA-FLOR 2001
Categoria: "Deu show mas não ganhou"

      Na noite de hoje resolvi assistir novamente ao desfile da Beija-Flor de 2001. Havia esquecido o quão bom foi este desfile. A foto da postagem acima é da Comissão Frente. A coreógrafa Gislaine ficou marcada por suas comissões "singelas" em que o ponto forte de suas apresentações sempre foi o figurino de suas bailarinas. E em 2001 não foi diferente. Basta olhar a imagem acima pra constatar o que acabei de falar. Apesar de não ter sido apoteótica, a CF da Beija naquele ano foi nota 10.
        Quanto ao restante do desfile, a escola continuou a dar show. Com o enredo entitulado "A Saga de Agotime - Maria Mineira Naê", a escola contou a histórica de uma rainha africana, que após ser traída e vendida como escrava, veio ao Brasil e no Maranhão "resgatou" o seu reino entre o seu povo. Foi mais um desfile para a galeria do "deu show mas não ganhou". É nítida a animação e empolgação de comentaristas e narradores na transmissão. A escola desfilou ao amanhecer. E veio preparada pra isso. Tanto foi assim que vimos um show de cores fortes e impactants em suas alas e alegorias. O terceiro carro, o que retrata Agotime em sua versão "feiticeira" foi simplesmente espetacular. Um dos meus favoritos. Destaque especial também para a ala da pretas-velhas. Chega a ser emocionante ver aquelas senhoras atravessarem o desfile todo naquela posição encurvada. Só pra que ama e dá o sangue pela sua escola
         E a harmonia? O que falar daquela comunidade 100% empenhada no desfile e cantando o samba a plenos pulmões? Ah, como não falar do samba. É simplesmente o meu favorito entre todos da escola de Nilópolis..
        Em 2001 a escola não venceu. Poderia ter levado. O vice campeonato desceu amargo na garganta, claro. Mas apesar de não ter se consagrado a campeã, é certamente um desfile imortalizado na mente de todos, e que está no rol dos maiores que já passaram pela Sapucaí.

"Sou Beija Flor e o meu tambor
Tem energia e vibração
Vai ressoar em São Luiz do Maranhão"

domingo, 8 de setembro de 2013

UNIÃO DA ILHA 2011


Escola do Dia: UNIÃO DA ILHA 2011
Categoria: "Deu show mas não ganhou"

         Em 2011 assistimos a uma grande tragédia para o carnaval das escolas de samba do Rio de Janeiro. Faltando um pouco mais de 1 mês para os desfiles, 4 barracões foram atingidos por um incêndio: o da própria Liesa, além da Portela, Grande Rio e União da Ilha. O resultado disso foi que nenhuma das 3 escolas mencionadas disputariam aquele carnaval. Ou seja, desfilariam mas sem competir. 
       Sendo assim, a União da Ilha não disputou o carnaval de 2011, de forma que, independente de qualquer coisa, era impossível ter sido consagrada campeã. No entanto, isso não a impede de figurar nessa categoria. Afinal, apesar de "não estar valendo nada", ela desfilou como se estivesse efetivamente disputando o título. E cá pra nós, para mim ela fez o melhor desfile daquele ano e que, se não fosse os fatos acima narrados, poderia e deveria muito bem ter sido a campeã de 2011 (embora acredite que isso nunca fosse acontecesse. Motivos off-desfile... hehehe).
     As alegorias foram simplesmente fantásticas. O bom gosto e criatividade de seu carnavalesco foram o grande destaque. Sem falar nas fantasias e enredo muito bem explicado. Harmonia e evolução exemplares. Até o samba, que não me agrada, funcionou bem. Um senão ficou apenas com a Comissão de Frente: fraca. Mas nada a comprometer, uma vez que a verdadeira campeã apresentou uma CF vexatória.
        A escola que fazia seu segundo desfile no Especial após anos no Acesso mostrou que veio pra ficar. E a cada ano que passa sobe um degrau na tabela. Se continuar na mesma trajetória, em breve assistiremos à União da Ilha brigando por um título de igual para igual com aquelas que estão na ponta. É aguardar pra ver!!!

"Hoje eu quero brindar... com a Ilha
Nessa avenida dos sonhos brilhar
O meu amanhã, só Deus saberá
A vida vamos celebrar"

domingo, 1 de setembro de 2013

MANGUEIRA 2003



Escola do Dia: MANGUEIRA 2003
Categoria: "Deu show mas não ganhou"

          Se eu tivesse que apontar 1 único desfile como aquele em que a Mangueira estava mais linda, mais perfeita esteticamente e mais completa plasticamente, sem dúvidas, escolheria o desfile de 2003. Não tem uma única alegoria ou uma única fantasia que destoasse do conjunto que foi aquele desfile. Em 2003 ela estava simplesmente imbatível.
           Costumo dizer que toda escola tem seu momento de "injustiçada". E o da Mangueira, para mim, certamente foi o de 2003. Era impossível não ter sido campeã naquela ocasião. Tanto que o vice teve um sabor altamente amargo. Nada me tira da cabeça que o título da Beija-Flor foi uma espécie de "prêmio de consolação" por ter levado 4 vices seguidos (alguns em que certamente merecia ter vencido, como de 1999 ou até mesmo 2001). Mas em 2003, não teve outra: a Mangueira deu show, e infelizmente não ganhou.
           O abre-alas era algo de louco. Está no rol das alegorias mais bonitas que já passaram pela Sapucaí. Para alegria dos mangueirenses, a escola veio todinha verde e rosa. O samba lindo na voz do Jamelão foi outro banho. O final apoteótico com todas as arquibancadas finais cantando aos gritos de "é campeã" também marcou. Sem falar da ala do mar que se abriu para os hebreus passarem, o luxo e beleza das alegorias, e até a comissão de frente que foi injustamente canetada. Deu show de evolução e harmonia, nosso casal de MS e PB foram espetacular... enfim, TUDO deu certo naquele desfile!!! 
           O carnaval de 2003 poderia ter marcado o bicampeonato da Mangueira, que venceu no ano anterior. A verde e rosa atingiu ali o seu ápice nos últimos tempos. Mostrou que era possível aliar luxo, beleza e elegância com forte apelo popular. Por questões que vão além da nossa compreensão, ela não ganhou, mas é certo que naquele carnaval, a Mangueira foi simplesmente fantástica.

"Quem plantar a paz, vai colher amor
Um grito forte de liberdade
Na Estação Primeira ecoou"