domingo, 6 de outubro de 2013

TIJUCA 2005


Escola do Dia: UNIDOS DA TIJUCA 2005
Categoria: "Deu show mas não ganhou"

         O desfile de 2005 deve ser visto com o olhar de seu tempo (na verdade, esta máxima se aplica a tudo). Por que estou falando isso? Fui rever o desfile da Tijuca de 2005 e a impressão que tive foi de "nada demais". No entanto, só tive esta percepção porque hoje estamos totalmente acostumados ao estilo do Paulo Barros. Assim, ver "carros humanos" e portas se abrindo e fechando, nos dias de hoje, não geram mais impacto. Virou "lugar comum". Contudo, é preciso enxergar o desfile de 2005 a partir de uma perspectiva de sua época.
         Aquele ano foi o da minha estréia na Sapucaí. Estava super ansioso pra ver o desfile da Mangueira, minha escola de coração. Contudo, a escola que mais me marcou foi a Unidos da Tijuca. Sem sombra de dúvidas, pra mim, era a escola do Borel que sairia campeã. Hoje, aquele desfile pode até parecer "só mais um". Mas na época, aquilo foi um desfile surpreendente e inesquecível. 
          Era a segunda vez de Paulo Barros no Grupo Especial. Em 2004 ele estreiou com o vice-campeonato. Estavam todos aguardando a "sensação do momento". E ele não desapontou. Suas alegorias, enredo e fantasisas, confirmaram o seu estilo que mudaria os rumos do carnaval carioca. Com o enredo falando sobre o mundo da imaginação, a escola trouxe seu "pavão-humano" no abre-alas, além de criativas alegorias do Homem-de-Lata do Mágico de Oz, feito inteiramente de panelas, além de carros como o Planeta dos Macacos, o da Atlântida, que flutuava na avenida, e o dos Dráculas com seus caixões que abriam e fechavam. Fantasias auto-explicativas, como o exército de cartas de baralho da  Rainha de Copas, de Alice no País das Maravilhas deram a tônica do desfile. O resultado disso foi o final da Marquês da Sapucaí ao delírio. O engraçado é que pela TV não dá pra sentir nem 5% da emoção que foi o desfile ao vivo. Era Paulo Barros começando a fazer história e deixar seu nome marcado no carnaval. Ah, como não falar do samba? Era o meu favorito do ano.
        Em 2005, a Unidos da Tijuca foi vice-campeã por apenas 1 décimo. Apesar de ter perdido o campeonato, demonstrou que o ano anterior não foi um ponto fora da curva. A escola estava definitivamente se firmando entre as grandes. Tanto que 5 anos depois venceria por outras 2 ocasiões. Deu show, mas não ganhou.

"Entrei por um lado, sai pelo outro a cantar.
E quem quiser invente outro lugar.
O meu paraíso, local mais perfeito não há
Faço do Borel a Shangri-Lá"

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